quinta-feira, 23 de abril de 2009

Anexo: Guião da entrevista a coordenadora do "Prjecto Esperança"

1- Como e quando foi criada esse projecto?

2- Porque foi criada?

3- Quais as instituições/organizações com quem mantêm relações e para quê?

4- Qual/quais as finalidades/objectivos deste projecto?

5- Quantas pessoas fazem parte nesse projecto?

6- Que funções desempenham?Qual a importância dessas pessoas para o bom funcionamento do projecto?

7- Que departamentos existem?

8- Como é feita a coordenação do trabalho?

9- As actividades desta instituição são regulamentadas por algum tipo de regulamento interno ou outro tipo de regulamento?

10- O trabalho dos funcionários é muito pré-estabelecido?

11- Quem é o maior financiador?

12- Qual o peso que esse maior financiador tem no projecto?

13- Onde/ em que actividades é gasto a maior parte do dinheiro? (despesas)

14- Quais são as actividades futuras do projecto?

16- Em que faixa etária essas actividades estão incluídas? Porque?

1. A emergência do projecto




Este projecto de intervenção surgiu no âmbito da disciplina de Seminário de Integração IV e V, num primeiro contacto que realizei pessoalmente com a coordenadora do “Projecto Esperança” localizado na Urbanização Terraços da Ponte (antiga Quinta do Mocho), em Lisboa, foi possivél a realização desse trabalho.

Como sou morador neste bairro, penso que é, uma mais-valia, para a construção do projecto. Convivo muitas vezes com os jovens no bairro, acima referido, por isso, penso que a implementação de um “Projecto De Intervenção”, credível e capaz, trará óptimos benefícios futuros para os jovens do bairro, e para o bairro, que, foi, e é, sempre visto pelas pessoas e comunicação social, por piores razões.

Este projecto de intervenção terá como nome “Projecto Idear”; o termo “idear”, significa, que com a implementação desse projecto podemos idear o passado e fazer uma mudança nestes jovens, incutindo, um futuro com novos valores, novas crenças, novos hábitos, novas atitudes e novas filosofias de vida. Esta é a tendência esperada.

2. Caracterização geográfica de Sacavém

É uma freguesia bastante urbanizada, acha-se tradicionalmente dividida em Sacavém de Cima e Sacavém de Baixo, embora recentemente tenham surgido novas urbanizações na cidade.
Orograficamente, é um espaço pouco acidentado (contando somente três elevações: o Monte do Convento, o Monte de Sintra e o Monte do Mocho), variando a sua altitude entre os zero e os sessenta metros.

Sacavém foi elevada a cidade a 4 de Junho de 1997. É uma freguesia portuguesa do concelho de Loures, poucos quilómetros a Nordeste da capital do País, Lisboa, com 3,81 km² de área e 17 659 habitantes (2001). Densidade demográfica: 4 255,2 h/km².






De acordo com este gráfico, que representa o número aproximado de habitantes, (segundo o senso 2001), pode constatar que, a população de Sacavém aumentou muito a partir de 1801 a 1981, e em 1991 teve um decréscimo de 11.714 da população. E em 2001 a população teve um aumento de 1.428, passando para o total de 17.659 populações residente em 2001.
Sacavém em termos estatísticos constitui a décima segunda freguesia do concelho em superfície, mas a quarta em número de habitantes.



3. Uma Breve história do bairro em questão (Quinta do mocho)

Este Bairro foi habitado inicialmente por 3.500 pessoas nos prédios inacabados abandonado pela impressa “Sinia” e nas barracas nos anos 70, um terço dos moradores são, da nacionalidade Angolana, mas também têm Santomense, Cabo-verdianos, Guineenses, Moçambicanos e famílias provenientes da Europa do Leste.


Segundo dados divulgados no "site" da Câmara de Loures, à população é maioritariamente jovem, onde cerca de 50 por cento tem menos de 29 anos.
Profissionalmente, verifica-se uma grande concentração de operários e trabalhadores não qualificados, ligados à área de construção civil, bem como trabalhadoras de serviços domésticos.


Foi em 1999, que começaram os realojamentos dos habitantes da antiga Quinta do Mocho, os moradores foram habitar num bairro novo, construído de raiz, com um nome posto: Terraços da Ponte. A mudança de designação pretendia ultrapassar o estigma associado à "marca" Quinta do Mocho, que, testemunham os habitantes, os impedia de ser bem atendidos em repartições públicas ou aceder a muitos empregos.



Na segunda geração, existe já uma camada alargada de estudantes universitários.
Nesta população constata-se a existência de um número significativo de indivíduos que nos países de origem tinham profissões qualificadas

4. A situação actual do bairro



A situação actual dos jovens dessa faixa etária, que não frequentam as escolas e que não estão a frequentar nenhum curso de formação profissional neste bairro, estão praticamente sem oportunidade de integração na sociedade. E a maior parte dos jovens que estão nessa situação, não possuem nenhuma ocupação do tempo, estão sem benefícios a curto, médio, ou longo prazo, sem um trabalho ou uma formação profissional. Também uma grande parte desses jovens, são ex-presidiários e alguns não possuem documentos de identificação válidos para exercer uma actividade profissional.
Alguns dos problemas como tráfico e criminalidade que foram detectados no bairro, foi nessa canada de jovens! Sem nenhum ocupação, que passam grande tempo do dia na rua a debaterem assuntos de diversos temas à porta da entrada principal do prédio. E sei, que por vezes eles sentem revoltados. Penso que o “Programa Escolhas” devia oferecer mais oportunidades a esses jovens! Porque é nessa camada que está uma óptima oportunidade para reduzir a violência e a criminalidade no bairro.
Penso que, aumentar policiais nos bairros sociais, fazer rusgas, aumentar a patrulha etc., pode ser uma boa estratégia de combate a violência e a criminalidade nos bairros sociais, mas não o reduz, acho que por ai não é o caminho certo para diminuir o conflito nesses bairros.
É preciso moldar esses jovens, incutindo-os uma nova filosofia de vida.

5. Alguns conceitos teóricos sobre a criminalidade e a violência


Violência difere-se da criminalidade porque, existem crimes que não são cometidos com violência física. No sentido contrário existem actos violentos que não constituem crime.

Crime, em termos jurídicos, é toda atitude típica e antijurídica, praticada por um ser humano. Em um sentido vulgar, crime é um ato que viola uma norma moral. Num sentido formal, crime é uma violação da lei penal

Violência é um comportamento que causa dano a outra pessoa, ser vivo ou objecto. Nega-se autonomia, integridade física ou psicológica e mesmo a vida de outro. É o uso excessivo de força, além do necessário ou esperado.

Segundo Jean-Jacques Rousseau, "O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer 'isto é meu' e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo. Quantos crimes, guerras, assassínios, misérias e horrores não pouparia ao género humano aquele que, arrancando as estacas ou enchendo o fosso, tivesse gritado a seus semelhantes: 'Defendei-vos de ouvir esse impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos e que a terra não pertence a ninguém'"
"E quais poderiam ser as correntes da dependência entre homens que nada possuem? Se me expulsam de uma árvore, sou livre para ir a uma outra"
"A meditação em locais retirados, o estudo da natureza e a contemplação do universo forçam um solitário a procurar a finalidade de tudo o que vê e a causa de tudo o que sente"
"A única instituição que ainda se constitui natural é a Família "
"O escravo não é propriedade do outro, mas não deixa de ser homem ". "O homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe."

6. Alguns conceitos teoricos sobre o surgimento desses tipos de comportamentos


No seio de qualquer contexto social, há normas que disciplina o comportamento individual.
Contudo, a presença de tais normas implica, inevitavelmente, a coerência de comportamentos desviantes que violam estas mesmas normas, criando alguns problemas como o não respeito pela propriedade, jovens delinquentes etc. Por vezes, o termo “Desvia” trás à mente imagens de sofrimentos e de criminalidade e violência.

Neste contexto, podem surgir comportamentos de rebeldia, ou seja, comportamentos contra os valores estabelecidos; comportamentos de indiferença, em que não existe qualquer participação na vida da sociedade; conflitos, onde si manifesta situações que transformam a vida social e as suas estruturas.

Num bairro social, onde se encontram agregada populações de diferentes etnias, na sua maioria com problemas económicos, é constante a presença de anomia social, que se traduz numa ausência de ponto de referência e de valores, que vai desfazer o laço entre o individuo e a colectividade, ou seja, entre o individuo e a população envolvente. É, de facto, com esta anomia que surgem alguns dos comportamentos desviante, podendo dar origem a uma “revolta” contra a sociedade.
Estes comportamentos têm muita incidência junto dos jovens, que se revoltam contra a vida que têm, podendo gerar um certo tipo de violência e criminalidade.


Segundo Carlos Umberto, membro de uma juventude partidária Portuguesa. “Os problemas, os novos e os velhos, o emprego/desemprego, as condições sociais, a habitação, a ocupação dos tempos livres, o confronto com a sociedade violenta e angustiada, são situação que marcam e traumatizam as novas gerações. A instabilidade e a revolta juvenil são uma realidade, cresceu a criminalidade e violência na camada jovem, particularmente ligada ao mercado das drogas, cujo, o consumo se alargou. O consumo de bebidas alcoólicas aumentou significativamente, e a tendência não é para sua diminuição. A sociedade “obriga”, “empurra” os jovens para o individualismo, para o consumismo e para a agressividade.